A palavra meditação pode ser desmembrada desta forma:
MEDITA: Eu digo, eu conto, eu falo!
AÇÃO: determina o caminho, a ação, o rumo que se deve tomar após meditar sobre determinada coisa ou situação.
Com certeza esta prática, lhe trará muito mais qualidade de vida e serenidade para enfrentar os desafios diários.
Estado meditativo, respiração e qualidade de vida!
A correria do dia a dia faz com que respiremos mal e errado. Mas o que é respirar certo? E que diferença isso pode trazer para a nossa vida?
O corpo pode sobreviver a várias restrições, mas a respiração é primordial a todos os órgãos e o cérebro é o motor para esse funcionamento harmônico.
É pela respiração que as funções vitais são estabilizadas levando o organismo à homeostasia, que é o funcionamento harmônico e equilibrado dos elementos fisiológicos e consequentemente do metabolismo corporal.
Todos já ouviram falar em hormônios e sua influência no humor, por exemplo. Não caberia aqui uma explicação minuciosa da fisiologia, porém a respiração caminha pelo corpo transportando esses hormônios que proporcionam bem-estar, sono, tranquilidade, através da respiração. E é nesse ponto que o entendimento de uma boa respiração é possível.
Da mesma forma que a respiração leva hormônios que dão sensação de calma, conduz também a adrenalina, por exemplo, que é necessária e vital, mas que em condições vegetais causará estresse em vários níveis, alguns deles nocivos à saúde.
O ser humano nasce respirando normalmente e com o tempo desaprende a fazê-lo. Pode-se observar que todo bebê respira elevando a barriguinha. Mas com o tempo isso vai se perder.
Por todos os motivos sociais e familiares de sustentabilidade de comportamento, diversas formas de repressão psicológica e corporal, muitas evidentemente necessárias ao convívio em sociedade, mas que acabam por interferir na capacidade respiratória.
Isso ocorre porque quando se está com medo de respirar de uma forma, quando se está dormindo respirando de outra e quando se está alegre e descontraído, de outra ainda diferente.
A meditação e outras práticas de autoconhecimento e auto-relaxamento estão aí com toda a força sem propósito de resgatar essa capacidade sensorial e essencial do ser humano.
Na prática meditativa, ao contrário do que se acredita aqui no ocidente por várias décadas, não se deve pensar! É através de uma respiração calma e focada que se pode conseguir entrar em estado meditativo e permanecer nele pelo tempo que se almeja.
Respiração diafragmática*
A respiração diafragmática, ou respiração de raiz, leva com maior eficiência ao estado meditativo, pois proporciona uma condição de calma.
Para saber se a respiração está adequada, perceba-se que está alta, ou seja, se ela sai de cima do peito e vem para a região do abdômen, sendo que, adaptando-se a mão sobre a barriga, percebe-se o movimento do abdômen levantando ao inspirar e diminuindo o volume ao expirar. Sempre pelo nariz.
Mesmo com a grande variedade de tipos de meditação disponibilizados em sites e escolas de ioga, todos eles possuem esses pontos em comum: respiração, foco e postura.
Numa prática meditativa, independentemente da técnica utilizada, o principal objetivo é a auto-observação. Parece algo normal, básico, porém se lembrarmos quantas vezes durante o dia estamos focados em nós mesmos, chegaremos talvez a uma conclusão frustrante!
E o que a meditação tem a ver com respiração, observação de si mesmo e foco?!
Tudo.
Trata-se de uma técnica milenar, que por muitas décadas ficou esquecida no mundo ocidental e que de alguns anos para cá ressurgiu com muita força, certamente porque as pessoas não estão mais suportando tantas cobranças externas de atitudes comportamentais das quais não é possível dar conta sem adoecer, especialmente em nível psicológico.
A grande quantidade de pessoas buscando cura em consultórios de psiquiatria e psicologia deixa evidente essa carência de autoconhecimento, autorrespeito e amorosidade.
É evidente que numa situação de estresse importante, patológico, o acompanhamento médico é uma questão de saúde. Porém, a meditação está evidenciando as práticas complementares para uma melhor qualidade de vida, sendo inclusive bastante recomendadas por médicos e psicólogos.
É importante ressaltar que ela não funciona apenas para quem já está doente, mas para quem procura não adoecer.
Várias pesquisas de instituições de renome nacional e internacional foram feitas e existem comprovações científicas da eficácia da meditação na redução do estresse através de um melhor funcionamento fisiológico e cognitivo (ver artigos da série Meditação e crença ).
A prática regular da meditação, que inclui melhor prática da respiração, traz um metabolismo mais equilibrado e adequado à saúde, proporciona maior produção de endorfinas, hormônios de ação analgésica que geram bem-estar.
Dessa forma, a qualidade de vida será beneficiada através de um sono mais reparador, por exemplo, da regularização da pressão arterial e da menor sensação de dores em geral, pois com o corpo e a mente relaxados as dores naturalmente diminuem. Além disso, haverá uma grande sensação de amorosidade interior, já que será possível parar e olhar para si, ainda que por apenas 15 minutos diários. Lembre-se – o dia tem 24 horas!
E o principal: o estado meditativo decorrente da prática, quando feito regularmente por menos de 15 minutos ao dia, traz ao cérebro uma nova capacidade cognitiva que se fixa e os benefícios também. Assim, o meditador aprende a não se perder com manifestações externas, pois além da respiração que traz calma e da postura que o faz permanecer fisicamente pronto a meditar, tem também o foco que permite o olhar interior e aprendizado. Com isso, as manifestações externas não o perturbarão mais como antes.
* Coloque a mão no abdômen (barriga) próximo ao umbigo. Feche os olhos e concentre-se na sua respiração. Perceba que quando você inspira (puxa ou ar) o abdômen desce e quando expira (solta ou ar) o abdômen sobe. Tente realizar o movimento contrário: o abdômen subir ao inspirar e descer ao expirar.
Valéria Nunes de Oliveira – Pós-graduada em docência e prática da meditação pela USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
Autora da monografia Meditação e Credibilidade: estudos científicos.